Foto: Anna Alyne Cunha/Inter TV Cabugi

Com enfemeiros e técnicos em enfermagem em greve, o Samu Natal opera com apenas metade das ambulâncias há cerca de 20 dias, segundo a coordenação do órgão. A situação tem causado filas de espera com até 15 pacientes à espera de socorro na capital potiguar.As informações foram confirmadas ao g1 pelo coordenador do Samu, Cláudio Macêdo, na manhã desta sexta-feira (6).

Sem o pronto-atendimento, pacientes em situação de urgência têm esperado várias horas ou até buscado meios próprios para chegar às unidades de saúde da cidade.

“Temos médicos, condutores, mas a greve dos técnicos e enfermeiros está prejudicando o atendimento à população”, diz o coordenador.

Na manhã desta sexta-feira (6), de acordo com ele, o serviço estava menos demandado. Apesar disso, uma família não esperou o socorro para uma idosa de 89 anos, no bairro Dix-Sept Rosado, e já tinha saído com ela para o hospital quando uma ambulância chegou à residência, cerca de meia hora após o chamado.

Ao todo, o município tem 9 ambulâncias básicas e três de suporte avançado, mas apenas cinco ou seis estão operando diariamente por causa da greve, dependendo da quantidade de servidores que se apresentam ao plantão diariamente.

O problema foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde. A pasta informou que apresentou uma proposta de reajuste salarial para a categoria, mas que foi recusada. O município ainda deverá marcar uma nova rodada de negociações.

Os servidores da Saúde de Natal, que atuam em várias unidades de saúde e diferentes serviços municipais, entraram em greve no dia 11 de abril. Enfermeiros que atuam no Samu reclamam da falta de estrutura, como reposição de fardamento, bem como do não pagamento da insalubridade.

A greve abarca todos os servidores da saúde, exceto os médicos, que não estão no mesmo plano de cargos e carreiras que os demais profissionais da área.

Segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Luciano Cavalcanti, o último reajuste dos servidores ocorreu em 2014. Um levantamento feito a pedido da categoria pelo Dieese apontou, segundo ele, que alguns dos salários perderam 90% do poder de compra ao longo dos 8 anos.

A proposta apresentada pela prefeitura e rejeitada pela categoria foi de reajuste de cerca de 8%.

“Mas não é só a questão do salário. Tem servidores com cinco, 10 anos de atuação, sem receber insalubridade. Tem servidores que estão desde 2014 sem progressão prevista no plano de cargos e carreiras, sem receber as gratificações por plantões norturnos, e a prefeitura diz que não vai negociar isso agora, o que dificulta o diálogo”, diz.

Ainda de acordo com o representante sindical, os servidores vão procurar vereadores da capital potiguar para discutir a pauta da greve e devem apresentar uma nova proposta à prefeitura na próxima semana.

g1