Dom Francesco Spagnesi respondeu processo por ter subtraído 200 mil euros da igreja, em Prato, para usar na compra de cocaína e em festas sexuais

O padre Francesco Spagnesi foi condenado nesta terça-feira a 3 anos e 8 meses de prisão após ter feito um acordo de confissão com o tribunal da cidade de Prato, na Itália. O pároco de 40 anos estava detido desde 14 de setembro por suspeita de tráfico internacional de drogas, fraude e desvio de dinheiro da igreja.
Spagnesi vai cumprir pena prestando serviços sociais e será submetido a um tratamento em comunidade terapêutica para tentar se livrar do vício em drogas. Ele foi considerado culpado de roubar o dinheiro doado pelos fiéis e usá-lo para financiar o uso de drogas em orgias gays que eram realizadas sem qualquer tipo de protocolo de segurança no meio de uma pandemia.


Entre as drogas traficadas pelo padre estava a GBL, conhecida como "ecstasy líquido", utilizada por estupradores. O Ministério Público italiano também acusou o padre de ter desviado cerca de 200 mil euros da igreja e usado os recursos na compra de entorpecentes. Em abril deste ano, ele chegou a ser impedido de acessar a conta da paróquia.

Durante o processo, o padre admitiu parte dos crimes e, por esse motivo, conseguiu fazer o acordo com o tribunal. Spagnesi, entretanto, negou a acusação de ter feito sexo desprotegido em orgias, apesar de saber que era seropositivo.

Segundo o jornal "Corriere Della Sera", essa acusação não teve peso na condenação pois o namorado do padre teve resultado negativo no teste de HIV. Os advogados do réu também alegaram que Spagnesi sempre alertou seus parceiros e que não era contagioso pois tomava medicamentos antivirais.

Quando foi preso, em setembro, Spagnesi se desculpou pelo que fez. Ele atribuiu sua conduta ao abuso de drogas.

— Não me reconheço mais, o turbilhão da cocaína me engoliu — disse o padre na época em que foi detido.

— A droga me fez trair as pessoas da paróquia, me fez contar mentiras, me fez agir de modo que me envergonho. Agora sou HIV positivo e peço perdão a todos — acrescentou.

Fonte: O Globo
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