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O temor por confrontos ou atos de violência nas manifestações programadas para o 7 de Setembro levou governos nos Estados e no Distrito Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) a adotarem medidas para garantir a segurança pública nas principais capitais do País. O planejamento visa a evitar que atos a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro no mesmo dia resultem em algum tipo de conflito nas ruas. Em São Paulo e Brasília, a preocupação é agravada pelo fato de Bolsonaro ter anunciado presença nas manifestações. Revistas em busca de armas estão previstas nos locais dos atos.

Na capital federal, o Supremo decidiu fechar as portas na véspera do feriado. A Corte informou que vai decretar ponto facultativo no dia 6 de setembro para “facilitar os preparativos de segurança”.

Manifestações a favor do governo e do presidente estão previstas em todas as regiões do País. O tradicional Grito dos Excluídos, promovido desde os anos 1990 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Dia da Independência, prevê atos em 63 municípios espalhados por 21 Estados

Em São Paulo, a Corregedoria da PM montou uma operação para impedir a presença ilegal de policiais da corporação na Avenida Paulista durante a manifestação bolsonarista. Todo efetivo será empregado na ação, que contará com os policiais que deveriam estar de folga e com os da área administrativa para “reforçar o patrulhamento disciplinar”. Nos últimos dias militares da ativa e da reserva convocaram para os atos; em alguns casos, incitando crimes e violência contra instituições

O governador João Doria (PSDB) tentou barrar a manifestação da oposição ao governo, com o argumento de que a Secretaria de Segurança Pública iria vetar o ato, mesmo com a transferência de local para o Vale do Anhangabaú, por motivos de segurança. O juiz Randolfo Ferraz de Campos, da 14ª Vara de Fazenda Pública da capital, no entanto, decidiu que não há possibilidade de vetar manifestações de grupos diferentes quando estão programadas para locais diferentes, e que é obrigação da PM garantir a segurança dos dois atos.

Presidente da comissão de Ação Transformadora da CNBB, d. José Valdeci Santos Mendes, disse que a entidade tem “uma preocupação muito grande” com possíveis episódios de violência no 7 de Setembro. “Não estamos satisfeitos com essa situação do País. Precisamos ter todos os cuidados, mas temos o dever de dizer que não estamos satisfeitos.”

Reunião. Grupos bolsonaristas e oposicionistas se encontraram brevemente na sede do Comando de Policiamento de Área Metropolitano 1, na Liberdade, região central de São Paulo. Os dois tinham reuniões marcadas para discutir a segurança de cada um dos atos. Eles ouviram de comandantes da PM pedidos para que todos colaborem com a segurança, numa espécie de pacto de não agressão. Todos consentiram, de forma protocolar.

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