Uma vez que o Senado resiste à indicação de André Mendonça para a vaga de ministro aberta no Supremo Tribunal Federal com a aposentadoria de Celso de Mello, o presidente Jair Bolsonaro, em conversa com mais de um senador, já admitiu trocar Mendonça por Augusto Aras, procurador-geral da República.A escolha de Mendonça deveu-se antes de tudo ao compromisso assumido por Bolsonaro com parte de sua base eleitoral de pôr no Supremo um ministro que fosse “terrivelmente evangélico”. O presidente acha que honrou o compromisso. Mas se o Senado não quer Mendonça, o que ele pode fazer?

Os senadores reconhecem que Mendonça tem conhecimentos jurídicos, é uma boa pessoa e até simpático. O que o condena é seu passado de defensor da Operação Lava-Jato. Nem eles, nem os deputados querem aumentar no Supremo a bancada de ministros órfãos do ex-juiz Sergio Moro e do combate à corrupção.

Ministros do Supremo, como Dias Toffoli e Gilmar Mendes, torcem por Aras, embora nada tenham de especial contra Mendonça. Aras foi reconduzido por Bolsonaro ao cargo de procurador-geral, mas o ato de sua nomeação não foi até aqui publicado no Diário Oficial. Mendonça sente-se abandonado pelo presidente.

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