Foto: Reprodução

A Justiça Militar vai ouvir na próxima segunda-feira (19) o sargento Jairo Stenio da Silva Souza, 45, acusado por três estupros, um estupro de vulnerável — de uma criança de oito anos — e uma importunação sexual. Segundo a Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, os crimes aconteceram nos dias 18 de janeiro e 11 e 16 de junho de 2020.O sargento está recolhido no Presídio Militar Romão Gomes, na Água Fria, zona norte paulistana. Souza teve a prisão preventiva decretada em 16 de junho do ano passado. Ele responde a um processo na 1ª Auditoria e outro na 3ª Auditoria da Justiça Militar. Um terceiro processo que tramitava na 4ª Auditoria foi encaminhado para a Justiça comum em 24 de fevereiro deste ano por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Todos os casos estão sob segredo judicial. A coluna teve acesso à parte da documentação.

A coluna tentou insistentemente falar com os advogados do sargento, mas não teve retorno. A reportagem telefonou para os defensores na segunda-feira (12) e terça-feira (13) e também mandou e-mail para o escritório de advocacia. Não houve resposta.

Na tarde desta quarta-feira (14), a reportagem fez novo contato com a assessoria de imprensa do escritório e pediu mais uma vez para falar com João Carlos Campanini. A assessoria informou que o advogado estava em audiência e que já havia passado os recados para ele.

ESTUPRO DE CRIANÇA DE OITO ANOS

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo apurou que no dia 7 de junho do ano passado, o sargento participava da “operação barreira” na zona sul da cidade, quando um casal de irmãos (um garoto de 13 anos de idade, a menina, oito) acompanhavam a ação policial

Documentos do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) informam que Souza ofereceu cesta básica aos pais dos menores e prometeu ajudá-los em razão de sua função de policial militar. O sargento foi na casa da família nos dias 9 e 10 de junho e levou bolo, pão e cesta básica para conquistar a confiança dos moradores.

No dia 11 de junho, Souza voltou à casa novamente. Ele estava em trajes civis e chegou no próprio carro no horário em que os pais dos menores já tinham saído para trabalhar. O sargento pediu para o menino fechar o portão da residência e tapar a placa do veículo com um pano.

O garoto obedeceu e, ao voltar, flagrou o sargento abusando sexualmente da irmã. Souza então disse para a menina que eles eram namorados e pediu a ela que não contasse nada para ninguém. O casal de irmãos, no entanto, relatou aos pais o que havia acontecido.

A família ficou com medo de comunicar o crime à polícia e só decidiu fazer isso após o cachorro da família ter morrido de forma suspeita no dia 14 de junho. Para a Corregedoria da PM, o sargento aproveitou-se de um serviço assistencial para cometer a prática delituosa.

UOL