As três principais estatais do país já perderam quase R$ 100 bilhões em valor de mercado apenas neste ano, de acordo com um estudo da Economatica. O levantamento realizado pela provedora de informações financeiras monitorou o desempenho das ações da Petrobras, da Eletrobras e do Banco do Brasil.
Desde o início de 2021, as estatais têm uma história em comum: elas passaram por trocas de comando em meio a incertezas sobre o futuro dos negócios. Além de perder valor de mercado, as três companhias têm desempenho pior que o de rivais do mesmo do setor no mercado acionário.



Imagem: Economia G1

Neste ano, a Petrobras perdeu 22,5% (ou R$ 68,6 bilhões) em valor de mercado. Em dólar, a queda é ainda mais expressiva, de 34,5%. Já as concorrentes internacionais, como Exxon e Chevron, por exemplo, registraram um crescimento de 28,7% e 23,8%, respectivamente.


No último dia 18, foi a vez de André Brandão renunciar ao cargo de presidente do Banco do Brasil. Para o lugar de Brandão, o governo indicou Fausto de Andrade Ribeiro, funcionário de carreira da empresa. Ele será o terceiro presidente do BB na administração Bolsonaro.


Os papeis do BB também estão sofrendo mais do que as ações de seus pares. Bradesco, Santander e Itaú tiveram quedas de 2,6%, 10,3% e 11,7% em valor de mercado neste ano, respectivamente. Já o banco público perdeu 30,8%.


Na Eletrobras, a saída de Wilson Ferreira foi justificada por razões pessoais, mas, dias depois, o executivo foi indicado para comandar a BR Distribuidora. Na quarta-feira (24), o governo indicou Rodrigo Limp Nascimento para o cargo. Atualmente, ele é secretário do Ministério de Minas e Energia.


Ferreira sempre foi um defensor da privatização da Eletrobras, mas o processo nunca foi adiante. No fim de fevereiro, depois da mudança no comando da Petrobras, o governo enviou um Medida Provisória para tentar acelerar a privatização da elétrica e dar um sinal para o mercado de que a agenda liberal não seria abandonada.


No setor elétrico, a Eletrobras tem o pior desempenho em relação a valor de mercado, segundo a Economatica: queda de 8,5%. A rival Eneva, por exemplo, viu seu valor aumentar 5,6%. Já CPFL, Engie Brasil e Equatorial tiveram quedas mais brandas, de7,5%, 6,6% e 1,4%, respectivamente.
G1