Foto: Reprodução / TV Globo

Investigada no caso da falsa imunização contra Covid-19 e possíveis desvios relacionados à vacinação, a técnica de enfermagem responsável por aplicar “vacina de vento” em uma idosa de 96 anos, na última sexta-feira, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, foi encontrada pela equipe do Globo, mas não quis se pronunciar sobre o caso.
Moradora de uma cidade vizinha de Petrópolis, ela estava reunida com a família na calçada em frente à sua casa, na noite desta segunda-feira, dia 15. Visivelmente abatida, disse apenas que foi orientada a não falar nada sobre o caso. Ela será ouvida ainda nesta semana na 105ª DP, que investiga o caso.

Afastada do cargo pela secretaria de Saúde de Petrópolis, a técnica de enfermagem estava reunida com uma idosa e crianças em um bairro simples da Baixada Fluminense. Nesta segunda, ela foi ouvida pela prefeitura e garantiu que “não percebeu o problema” e assegurou que o ato “não foi intencional, mas sim um problema com a seringa”, segundo nota da administração municipal, que segue apurando o caso e frisa que acionou tanto o Conselho Regional de Enfermagem como a Polícia Civil para acompanharem a investigação.

Nesta segunda-feira, a Polícia Civil intimou duas testemunhas que trabalham no posto de imunização em sistema drive-thru, instalado em um campus da Universidade Católica de Petrópolis.

Mudança no protocolo

Com a repercussão do caso, a técnica de enfermagem envolvida foi afastada e um novo protocolo adotado pela secretaria de Saúde na hora da vacinação. Agora, para constatar se está tudo certo com a vacinação, os acompanhantes dos idosos são convidados a sair do carro e averiguar a seringa, antes e depois da aplicação, no drive thru montado na Universidade Católica de Petrópolis (UCP), onde ocorreu o problema na última sexta-feira.

Na tarde desta segunda, o frentista Yuri Costa levou o avô de 90 anos para ser vacinado, no posto da UCP. Ele falou que ficou apreensivo, após saber do episódio e que redobraria os cuidados na hora da aplicação.

— Vemos essas coisas e ficamos muito tristes, mas estávamos ansiosos para vacinar meu avô. Que sirva de alerta para todos prestarem atenção ao levarem seus idosos.

O designer Carlos Magno Braga também esteve no posto para buscar mais informações sobre a vacinação para o pai de 95 anos e destacou que casos como esse dão margem para a desconfiança:

— Isso que aconteceu foi um absurdo, e os responsáveis precisam ser punidos.

O Globo