Foto: Arquivo pessoal

Uma pequena picada no braço e uma dose imensa de alívio. Foi o que o cirurgião brasileiro Phillipe Abreu, de 32 anos, disse que sentiu ao receber a vacina contra a Covid-19 no hospital em que trabalha em Miami, nos Estados Unidos, na terça-feira (15).
“É um alívio muito grande. Receber essa vacina chegou a fazer bem para meus amigos e familiares que estão no Brasil, porque ela reforça a esperança de que tudo isso vai passar”, disse o cirurgião.

Abreu, que é formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e trabalha no Instituto de Transplantes de Miami, esteve no primeiro grupo da vacinação no país, que começou na segunda-feira (14), após a aprovação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Sandra Lindsay, uma enfermeira da cidade de Long Island, no estado de Nova York, foi a primeira pessoa do país a ser vacinada com o imunizante desenvolvido pela Pfizer e BioNTech.

Segundo o cirurgião, outros três médicos de Curitiba trabalham no hospital e também foram imunizados.

“Foi uma comoção no hospital. Estão todos muito desgastados de trabalhar há 10 meses em uma situação de pressão muito grande”, disse.

Incentivo para a população

O médico disse que os profissionais vacinados dos Estados Unidos estão fazendo uma campanha para postar fotos do momento que recebem o imunizante para incentivar a população a se vacinar.

“Se uma vacina foi aprovada pelos órgãos regulatórios, ela é segura. As pessoas têm que confiar. Se vacinar é uma questão de responsabilidade com o bem comum”, afirmou.

Abreu, que se mudou para a Flórida com a esposa, que também é médica, em agosto, teve Covid-19 quando ainda estava no Brasil.

“Mesmo nestes casos a vacina é importante, porque ainda não temos informações suficientes sobre como fica a imunidade de quem teve a doença”, disse.

Impacto da pandemia

O cirurgião foi para Miami para estudar e trabalhar com transplante de órgãos no Jackson Memorial Hospital.

Apesar de não trabalhar no combate direto da doença, ele disse que os profissionais do hospital estiveram no primeiro grupo de vacinados por ser uma atividade de risco impactada pela pandemia.

Segundo ele, centenas de transplantes deixaram de acontecer no hospital por causa da pandemia.

“Houve casos de pacientes que estavam esperando por anos por um órgão e não puderam receber o transplante porque estavam com Covid-19, por exemplo”, afirmou.

Vacina no Brasil

Além dos Estados Unidos, o Reuno Unido também já começou a vacinar a população.

No Brasil, o governo federal apresentou o Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19 na quarta-feira (16). O plano não estipula uma data para o início da imunização. Segundo o Ministério da Saúde, a data só será definida após a Anvisa aprovar o registro das vacinas.

Até o momento, nenhuma empresa, nem mesmo as que estão em fases finais de testes, pediu registro à agência.

No Paraná, segundo o governador Ratinho Junior (PSD), a expectativa é que a vacinação comece em março.

G1