Foto: Antônio Cruz

A presença de militares ocupando cargos civis praticamente triplicou no governo de Jair Bolsonaro, na comparação com 2013. Os representantes das Forças Armadas estavam em 370 postos há nove anos, e passaram a ocupar 1.085 no ano passado, o que representa um aumento de 193%. Os dados são de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e revelam, ainda, que Bolsonaro distribuiu uma quantidade significativa de cargos para oficiais justamente em ministérios estratégicos, como Saúde, Economia e Meio Ambiente.
Desde o começo do governo, o presidente vem ampliando o espaço dos militares na cúpula do Poder Executivo. Durante a pandemia, recorreu ao general Eduardo Pazuello para assumir a Saúde. No Palácio do Planalto também se cercou de oficiais generais. Reportagem do Estadão publicada no domingo, 29, mostrou ainda que as Forças Armadas tiveram o maior ganho salarial entre os servidores federais nos últimos 10 anos.

Segundo o Ipea, a maior ocupação de militares aparece nos cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS) e Função Comissionada do Poder Executivo (FCPE). Os titulares desses postos gozam de poder e prestígio administrativo na burocracia governamental. Entre 2013 e 2018, a presença de militares nessas posições variou de 303 cargos para 381.

Com a chegada de Bolsonaro ao poder, o número praticamente dobrou em 2019, chegando a 623 cargos. Em 2021, eram 742. Nos cargos de Natureza Especial, considerados de “primeiro e segundo escalões”, a presença de militares passou de 6 para 14.
Tribuna do Norte