Foto: Reprodução/Vatican News

A Sexta-Feira Santa marcou a volta das celebrações da Paixão de Cristo em Roma, depois de dois anos de pandemia. O Papa Francisco participou da Via-Sacra, cercado de fiéis. Em Jerusalém, o dia foi marcado por confrontos entre israelenses e palestinos.

Na sede mundial do catolicismo, o Papa Francisco celebrou a Paixão do Senhor, ritual que lembra o sofrimento de Jesus crucificado. Por causa das fortes dores no joelho, o Papa não se prostrou diante da cruz. Apenas a beijou.

Depois de dois anos de pandemia, o Papa Francisco voltou a celebrar a Via Crucis no Coliseu, o monumento mais importante de Roma, teatro do Antigo Império, de espetáculos cruéis onde foi derramado o sangue dos primeiros mártires. Em 1750, com o Papa Bento 14, a Via Crucis foi revivida no local pela primeira vez. E desde 1965, com Paulo VI, esta tradição se mantém.

Sob a luz de tochas, na atmosfera mágica de antiguidade, as 14 estações do calvário e morte de Cristo foram recriadas.

A cruz, símbolo máximo da fé cristã, foi carregada por 11 famílias, entre elas uma jovem, outra numerosa, uma família de idosos, uma russa e uma ucraniana.



O Papa Francisco não se deixou levar pelas críticas. “Diante da cruz tem lugar para todos”, declarou o Vaticano.

Enquanto cristãos caólicos, em procissão na Cidade Velha de Jerusalém, percorriam o caminho que, segundo a tradição, Jesus fez até a cruz, na mesquita de Al-Aqsa voltava a tensão.

No lugar sagrado para judeus e muçulmanos, mais de 150 palestinos ficaram feridos com balas de borracha ou por espancamento.

A polícia israelense acusou os palestinos de jogarem pedras na direção dos policiais. Disse que entrou no complexo de Al-Aqsa para dispersar a multidão e que três oficiais ficaram feridos nos confrontos.

O diretor da mesquita, Sheikh Omar al-Kiswani, condenou duramente a ação: “Esta opressão e esta barbárie pela ocupação reprimiram o nosso povo e esvaziaram o local”.

Desde março, os palestinos mataram 14 israelenses em ataques de rua e as forças israelenses mataram 29 palestinos. O temor é que os confrontos desta sexta agravem o conflito.

Jornal Nacional