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Wesley Safadão, a mulher dele, Thyane Dantas, a produtora Sabrina Tavares Brandão e uma servidora da Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS) foram denunciados pelo MPCE (Ministério Público do Ceará) pelos crimes de peculato e corrupção passiva privilegiada durante a vacinação contra a covid.A denúncia foi protocolada no Poder Judiciário na manhã de hoje, dois dias após o TJ-CE (Tribunal de Justiça do Ceará) decidir pela liberação das investigações em curso pelo MP, paralisadas por força de um habeas corpus impetrado pelo cantor em novembro de 2021.

Segundo o MP, o esquema contou com a participação de servidores efetivos e terceirizados da Secretaria de Saúde de Fortaleza, além de assessores e amigos do cantor.

Investigação da vacinação de Safadão e Thyane

Thyane Dantas recebeu a vacina contra a covid-19 sem estar na faixa etária determinada pela Prefeitura de Fortaleza em julho. Ela também não estava cadastrada para receber a vacina, prática utilizada no município para regulamentar a vacinação.

Na ocasião, a assessoria do casal afirmou que a dose de Thyane teria sido da “xepa”, o que foi desmentido pela prefeitura.

Após a constatação, o MPCE abriu investigação sobre a imunização de Safadão por suspeita de que o cantor teria mudado o local em que sua vacinação estava agendada com intuito de escolher o imunizante.

Safadão e Sabrina estavam agendados para serem vacinados no dia 8 de julho no Centro de Eventos do Ceará, mas foram a outro posto de vacinação, o mesmo em que Thyane recebeu a vacina da Janssen.

Ambos prestaram depoimentos sobre a suposta vacinação irregular na Delegacia de Combate à Corrupção, em Fortaleza. Assim como Sabrina Tavares, o casal foi indiciado em setembro segundo confirmação da SSP-CE (Secretaria de Segurança Pública do Ceará)

Segundo as investigações do MP, a escolha de um local diferente do agendado para receber a vacina foi motivada por um interesse do cantor em receber a vacina da marca Janssen, aceita à época para ingresso nos Estados Unidos, onde Safadão faria uma turnê em novembro.

Durante as investigações, foi oferecido um Acordo de Não Persecução Penal a Safadão, Thyane e Sabrina. O MPCE ofereceu a proposta de pagamento de prestação pecuniária de 360 salários mínimos (cerca de R$ 430 mil) para o cantor, 360 salários mínimos para Thyane e 25 salários mínimos (cerca de R$ 30 mil) para Sabrina. O valor seria designado para entidade pública ou privada com destinação social.

A oferta não foi aceita pelos três. Para celebração do acordo, é necessária a confissão dos fatos.

UOL