Foto 1: Reprodução -Moro em cerimônia de filiação ao Podemos / Foto 2: Ricardo Stuckert / DivulgaçãoO ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência da República em 2022, ironizou nesta segunda-feira (20) o jantar que reuniu o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido, ex-PSDB) na noite de domingo (19).


“Impressão minha ou ontem assistimos a um jantar comemorativo da impunidade da grande corrupção?”, escreveu Moro em rede social.

Lula e Alckmin 

fizeram no domingo sua primeira aparição conjunta em público em meio a articulações para que o ex-tucano seja vice do petista na disputa para o Planalto nas eleições de 2022.

O encontro entre os dois ocorreu durante um jantar promovido pelo grupo de advogados Prerrogativas, que contou com cerca de 500 convidados no restaurante A Figueira Rubaiyat, em São Paulo.

Entusiastas da chapa viram no evento um grande avanço para a formalização da união, que poderia já ser anunciada no início do ano que vem.

Em discurso de 42 minutos, Lula minimizou o passado de rivalidade com outros grupos políticos, em recado que pareceu talhado para os que lembram as trocas de farpas entre os dois.

“Não importa se no passado fomos adversários. Se trocamos algumas botinadas. Se no calor da hora dissemos o que não deveríamos ter dito. O tamanho do desafio que temos pela frente faz de cada um de nós um aliado de primeira hora”, disse Lula.

Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, responsável pelo jantar, disse à coluna Painel, da Folha, que somente o governador João Doria (PSDB) e Sergio Moro eram “personas non gratas” no encontro. “Doria e Moro, juntos, pariram o Bolsonaro. Não são bem-vindos, são radiativos”, disse.

No domingo, questionado pela Folha sobre a aliança com Lula, Alckmin afirmou: “vamos aguardar, um primeiro passo foi dado”. Ele também evitou responder sobre qual partido deve escolher —​PSD e PSB são opções.

Compareceram ao jantar deste domingo os governadores Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI) e Rui Costa (PT-BA); o prefeito do Recife, João Campos (PSB); e presidentes de partidos como Gleisi Hoffmann (PT), Gilberto Kassab (PSB), Paulinho da Força (SD), Carlos Siqueira (PSB) e Baleia Rossi (MDB).

O jantar contou ainda com a secretária de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, Marta Suplicy; com os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Omar Aziz (PSD-AM) e o com ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (sem partido-RJ). O ex-senador Arthur Virgílio foi o único tucano visto entre os políticos.

Folha de São Paulo