Aos 12 anos, Kathleen Carneiro passou por um dos momentos mais terríveis de sua vida. Mesmo não tendo entendido exatamente o que aconteceu, ela conta ter saído petrificada do consultório do médico Nicodemos Júnior Estanislau Morais, em Anápolis, Goiás. Do lado de fora, a mãe, que a acompanhava, não podia fazer ideia do que tinha acontecido com a filha, que levara para tratar um possível cisto de ovário.

Hoje mãe de uma bebê de um ano, Kathleen, que é aromaterapeuta, lembra que nunca mais foi a um médico homem. Oito anos depois do ocorrido, ela decidiu contar a história para encorajar outras mulheres que eventualmente tenham sido vítimas do ginecologista, preso na última quarta-feira, a procurarem a polícia. Os detalhes do depoimento, que ela deu à polícia, indicam que o profissional premeditava os abusos.

— Eu fui acompanhada. Vesti o avental, ele me examinou e depois pediu que a minha mãe esperasse do lado de fora da sala. Vesti de novo a roupa e fui para a maca. De repente, sem mais nem menos, ele começou a falar de ponto G, se eu sabia o que era. Nunca tinha ouvido falar. Enquanto ele dizia isso, colocava a mão em mim e me manipulava. Eu fiquei muito assustada. Não sabia o que fazer — conta Kethleen, acrescentando que a consulta aterrorizante ainda teria desdobramentos.MAIS >