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Ex-presidente diz que “não é farda que impõe respeito”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou neste sábado (10.jul.2021) a participação de militares na política. Para o petista, os militares devem proteger a soberania do país e combater inimigos externos, não procurar inimigos internos.“Vocês têm que tomar conta da nossa fronteira, dos 17.000 quilômetros de fronteira seca e 8.000 quilômetros de fronteira marítima. Não tem que ficar se metendo na política interna”, disse o ex-presidente em discurso durante Encontro da Cultura realizado em São Paulo.

Lula criticou ainda como os militares se expressam ao falar sobre política. Disse que durante seu governo, não via isso.

“Aonde essa gente estava escondida que nós não vimos? Nunca vi o despertar de tanto miliciano. Eu fui presidente 8 anos. Eu convivi com militares, o Haddad conviveu com militares, a gente não sabia que tinha gente que ficava falando merda todo dia”, disse.


Sem citar nomes, o ex-presidente citou um militar que queria depor à CPI da Covid no Senado de farda. Para Lula, “não é a farda que impõe respeito, mas o caráter”. O ex-ministro Pazuello foi aconselhado a não ir de farda à CPI.

“Um dia desses eu vi um general falar o seguinte: ‘Ah, eu vou na CPI, mas eu vou de farda’, achando que a farda impõe respeito. Não é a farda que impõe respeito, é o seu caráter. É o seu comportamento profissional. Você está no Exército para garantir a soberania do seu país, para proteger o povo brasileiro com relação a inimigos externos e não ficar procurando inimigos internos”.

Na ocasião, Lula também disse que o atual chefe do Executivo, presidente Jair Bolsonaro, está “próximo do fascismo”.

Poder 360