José Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de olho nas eleições de 2022, voltou a colocar em xeque a confiança nas urnas eletrônicas e afirmou a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, que está em contato com hackers para fazer uma demonstração pública, via redes sociais, sobre a segurança do sistema. Em meio às diversas críticas ao governo devido a escândalosO presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de olho nas eleições de 2022, voltou a colocar em xeque a confiança nas urnas eletrônicas e afirmou a apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, que está em contato com hackers para fazer uma demonstração pública, via redes sociais, sobre a segurança do sistema. Em meio às diversas críticas ao governo devido a escândalos envolvendo a compra de vacinas contra a covid-19, Bolsonaro tem evitado comentar o tema e aumentando o tom na afirmação de que haverão fraudes no pleito do ano que vem.

— Eu pretendo, estou tentando, já fizemos contato com as pessoas que entendem do assunto, são hackers, para fazer uma demonstração pública. Lógico que a televisão não vai mostrar, mas vou fazer uma live — afirmou o presidente.

O voto impresso, que o presidente chama de “auditável”, é uma das bandeiras de Bolsonaro, que já afirmou ter provas de que a eleição que o levou ao segundo turno teria sido fraudada. Ele alega que teria vencido no primeiro turno em 2018. Em 24 de junho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes deu 10 dias para que o chefe do Executivo apresentasse provas de suas alegações de irregularidades no sistema eleitoral. Nesta sexta-feira (2), Bolsonaro comentou sobre o tema.

— Apresento se eu quiser — disse a apoiadores. — Não tenho obrigação de apresentar prova para ninguém.

O discurso do presidente sobre fraude nas eleições vem acompanhado por ataques ao seu principal adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O que Bolsonaro tem falado a apoiadores é que existe uma “articulação” para colocar Lula de volta no Planalto por meio de fraude.

— O que um candidato aí está fazendo? — começou, evitando citar o nome de Lula. — Ele está reunindo alguns líderes partidários já loteando o futuro governo dele. Daí os caras começam a trabalhar contra o voto auditável. Porque só chega, esse cara só chega na fraude.

Estadão