Imagem ilustrativa (Foto: Reprodução)

Há 13 mil anos, o impacto de um cometa teria exterminado muitas espécies de animais grandes e alterou os rumos da civilização humana. O acontecimento catastrófico foi estudado por um pesquisador da Universidade de Edimburgo, na Escócia, que revisou os vários indícios do desastre, chamado de hipótese “Younger Dryas”.

O autor da pesquisa, Martin Sweatman, publicou sua revisão de estudos em maio, no jornal científico Earth-Science Reviews. Segundo ele, os registros anteriores da escala grandiosa do evento são, de fato, plausíveis, embora a teoria seja alvo de grande debate desde que foi proposta em 2007.

A hipótese diz que a colisão de uma pedra espacial com a Terra ocorreu antes do início do período Neolítico, resultando em uma mini era glacial que durou mais de mil anos. O acontecimento foi o mais devastador desde a extinção dos dinossauros, que ocorreu há cerca de 66 milhões de anos.

O choque do cometa acabaria tendo repercussões no modo como as sociedades humanas se organizaram, segundo o pesquisador. Para chegar a essa conclusão, ele analisou dados geológicos de quatro continentes, com foco na América do Norte e da Groenlândia. Isso incluiu a análise de fragmentos coletados da rocha e sua composição.

(Foto: Comet Research Group)

A pesquisa destacou haver níveis excessivos de platina na pedra espacial, além de substâncias que só podem derreter em temperaturas extremamente altas. Também foram detectados nanodiamantes, que existem somente em cometas e se formam durante explosões altamente energéticas.

Além de identificar tais indícios nos registros, Sweatman indicou que a colisão do nosso planeta com o objeto espacial afetou sobretudo o Crescente Fértil, no sudoeste da Ásia. Atualmente, a região abrange partes do Egito, Iraque e Líbano.

Depois do impacto, segundo o pesquisaddor, os antigos habitantes dessas localidades alteraram seus estilos de vida de caçadores-coletores e passaram a investir na agricultura e na criação de assentamentos permanentes. Todavia, Sweatman acredita que ainda são necessárias mais pesquisas para entender esses desdobramentos do “Younger Dryas”.

Ele também questiona se um antigo santuário na Turquia não teria alguma relação com o evento. “Esta grande catástrofe cósmica parece ter sido representada nos gigantescos pilares de pedra de Göbekli Tepe, possivelmente o ‘primeiro templo do mundo’, que está ligado com a origem da civilização no Crescente Fértil do sudoeste da Ásia. A civilização, portanto, começou com um estrondo?”, reflete, em comunicado.

Galileu