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O juiz Ricardo Coronha Pinheiro, da 39ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, deu 15 dias para Wilson Witzel dar explicações sobre suas falas na CPI da Covid. Como a coluna informou, na sexta-feira, o senador Flávio Bolsonaro acionou o ex-governador na Justiça e pediu explicações sobre dois pontos de seu depoimento: uma citação a hospitais federais e outra que faz alusão à morte da vereadora Marielle Franco.

“Notifique-se o Interpelado para que apresente explicações no prazo de 15 dias”, escreveu o juiz.

Na peça assinada pelos advogados Luciana Pires, Rodrigo Roca e Juliana Bierrenbach, eles afirmam que as falas do ex-governador retratam delitos de calúnia, difamação e injúria.

A defesa do senador pergunta o pretendeu Witzel ao afirmar que “os hospitais do Rio têm dono” e apontam que, em reservado, o ex-governador disse a senadores que sua fala se referia a Flávio Bolsonaro. “Em que contexto um senador da República poderia ser dono ou ter alguma ingerência em hospitais federais em algum ente da federação”, questiona a defesa.

Os advogados também pedem explicações sobre a fala de Witzel de que “não é porteiro para ser intimidado”, fazendo alusão ao assassinato de Marielle Franco. O porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro no Rio foi ouvido na investigação sobre o assassinato de vereadora. A frase foi dita por Witzel quando o relator da CPI, Renan Calheiros, disse à presidência da comissão que o ex-governador estava sendo constrangido por Flávio com seus questionamentos.

Em seu depoimento secreto à CPI previsto para as próximas semanas, Witzel vai mirar Flávio Bolsonaro e o governador do Rio, Cláudio Castro.


Bela Megale – O Globo