Foto: CNN (07.jan.2021)

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou nesta quinta-feira (7) a assinatura de um contrato com o Instituto Butantan para o fornecimento de 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 — 46 milhões até abril e outras 54 milhões de doses até o fim do ano.Segundo o ministro, toda a produção do Butantan será incorporada ao Plano Nacional de Imunização, para distribuição em todo o país. De acordo com Pazuello, o valor da dose é de pouco mais de US$ 10.

Ele deu a declaração durante entrevista coletiva convocada pelo governo para explicar a medida provisória anunciada na véspera pelo próprio ministro que prevê “medidas excepcionais” para compra de vacinas, insumos, bens e serviços de logística para a vacinação.

Mais cedo, nesta quinta, o governo de São Paulo informou que a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, registrou 78% de eficácia nos testes clínicos feitos no Brasil.

Também nesta quinta, o Butantan enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de uso emergencial da CoronaVac. Segundo a Anvisa, o prazo para a análise do pedido de uso emergencial é de dez dias. A avaliação do pedido de registro definitivo é feita em até 60 dias.

Em outubro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo federal não iria comprar a CoronaVac e que tinha mandado cancelar um protocolo de intenções firmado entre o ministério e o Butantan. “O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós”, declarou na ocasião.

Um dia depois, Bolsonaro visitou Pazuello, e o ministro afirmou durante transmissão ao vivo em uma rede social do presidente: “Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece. Mas a gente tem um carinho, entendeu?”.

Outras vacinas

Pazuello também disse que o ministério negocia a aquisição de vacinas com laboratórios internacionais.

Segundo ele, a negociação com a Jansen preve o fornecimento de 3 milhões de doses no segundo trimestre. “Infelizmente”, disse, “só nos são oferecidas 3 milhões de doses”.

“O que nos atende é o que é fabricado no Brasil. Se não for fabricado no Brasil, as quantidades sempre serão ínfimas se comparadas com a necessidade do Brasil”, declarou.

O ministro disse que a Pfizer ofereceu 500 mil doses em janeiro, 500 em fevereiro e 2 milhões em março, abril, maio e junho. No caso da vacina da fabricante Moderna, Pazuello afirmou que a previsão de entrega de 30 milhões de doses — a US$ 37 a dose — a partir de outubro.

“Pensem se isso resolve o problema do Brasil. Toda vacina oferecida pela Pfizer no primeiro semestre vacina a metade da população da Grande Rio de Janeiro. Oito milhões de doses, quatro milhões de pessoas vacinadas”, afirmou.

G1