Foto: Divulgação

Se perguntarem neste momento a Zeca Pagodinho para quem — ou sobre o quê — fazer sambas hoje em dia, quando o Brasil completou oito meses de pandemia da Covid-19, a resposta será exaltada. Com saudades de fazer shows e encontrar seu público, o sambista, que em maio dizia se sentir “um siri na lata” quarentenado no apartamento da Barra da Tijuca, se mandou com a família para o seu famoso sítio em Xerém. De lá, ele pergunta, quase indignado:— Como é que eu vou compor? Falando do quê? Precisa chegar a vacina para a gente falar dela. A vacina vai dar uns 10 sambas! — diz por telefone o cantor e compositor, que lança esta sexta-feira no streaming uma versão comemorativa de “Samba pras moças”, álbum que, há 25 anos, marcou a virada de uma carreira que andava meio sem rumo.

— É melhor esperar (a vacina), porque as pessoas não respeitam (o distanciamento social). Vê aí quantas imagens aparecem de gente nos bares? Ou o cara morre na rua ou em casa. Porque como é que vai ficar em isolamento na favela numa casa em que moram oito pessoas, como é que fica? Só Deus mesmo.

Ao GLOBO, Zeca fala de seu cotidiano em Xerém, lamenta a perda de pessoas próximas vitimadas pela Covid e revisita a construção de um dos seus álbuns mais aclamados, que marcou uma virada na carreira.

Com O Globo