Foto: ANDREW MEDICHINI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se manifestou, nesta quinta-feira (22/10), sobre os comentários do papa Francisco, que defendeu uniões civis homossexuais. Para a entidade, a fala demonstra “humanidade”, mas “não muda em nada o ponto de vista doutrinal ou dogmático sobre a família”.As declarações do papa Francisco, que foram feitas em um documentário, publicado na quarta-feira (21/10), e imediatamente se tornaram alvo de polêmica. No filme, ele disse que “pessoas homossexuais têm direito de estar em uma família” e defendeu a criação de leis de união civil para garantir o direito dos casais homoafetivos.

A nota divulgada pela CNBB nesta quinta é assinada por dom Ricardo Hoepers, bispo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da entidade. No texto, ele afirma que “o papa Francisco mais uma vez demonstra sua serenidade, voltando-se também às questões reais da vida cotidiana”.

“Ele tem uma sensibilidade pastoral tão aguçada que nos impressiona com seu nível de humanidade”, diz trecho da nota.

“A fala em questão trata-se de uma palavra em um documentário e, portanto, o papa fala com o coração aberto sobre os reais sofrimentos das pessoas de condição homoafetiva. Em uma sociedade que exclui com preconceitos e violência, é uma fala sobre dignidade e, acima de tudo de respeito que devemos ter para com todas as pessoas”, avalia o texto.

Na nota, o bispo também diz que o papa Francisco se tornou “a voz dos que se tornaram invisíveis nas periferias geográficas e existenciais”, e citou que as pessoas LGBT devem ter leis que as protejam.

“No caso das pessoas em condição homoafetiva, muitas delas são abandonadas pelas suas famílias, discriminadas pela sociedade, e à margem dos direitos de ter uma cidadania respeitada. A realidade da discriminação também pode levar à violência e à exclusão social. Portanto, diante desses perigos, o Papa entende que uma lei deve buscar garantir a seguridade que toda pessoa merece ser cidadão de direitos”, diz o documento.

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