O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou neste sábado (26) que suas declarações recentes sobre homossexualidade, que lhe renderam acusações de discriminação, foram mal interpretadas e replicadas fora de contexto. Ribeiro também pediu desculpas aos que tenham se sentido ofendidos.“Venho esclarecer que minha fala foi interpretada de modo descontextualizado”, afirmou o ministro, em nota de esclarecimento divulgada à imprensa e em sua conta pessoal no Twitter no início da noite. “Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual.”

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada na última quinta-feira (24), Ribeiro atribuiu a homossexualidade a “famílias desajustadas”. A fala teve forte repercussão nas redes sociais e também levou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para apurar as acusações de homofobia pelas declarações.


“Trechos da fala, retirados de seu contexto e com omissões parciais, passaram a ser reproduzidos nas mídias sociais, agravando interpretação equivocada e modificando o real sentido daquilo que se pretendeu expressar”, continua Ribeiro, em sua nota.

“Por fim, nesta oportunidade, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa.”

Na entrevista ao Estado de S.Paulo, quando perguntado sobre sua opinião a respeito de educação sexual na escolas e a necessidade de evitar práticas de bullying, Ribeiro respondeu, de acordo com a reportagem, que “é importante falar sobre como prevenir uma gravidez, mas não incentivar discussões de gênero”.


“Quando o menino tiver 17, 18 anos, ele vai ter condição de optar. E não é normal. A biologia diz que não é normal a questão de gênero. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo”, disse.

Na sequência, ele completa: “É claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião. Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem e caminhar por aí”.

CNN Brasil