Foto: Guilherme Caetano

A Polícia Militar de São Paulo usou bombas de efeito moral e gás lacrimogênio para dispersar um pequeno grupo de manifestantes, que participou mais cedo de um ato contra o presidente Jair Bolsonaro na região de Pinheiros, na capital paulista. O grupo queria seguir à pé até a Avenida Paulista, palco tradicional de manifestações na cidade.Ao final do ato no Largo da Batata, na zona Oeste da capital paulista, alguns dos manifestantes seguiram em caminhada por uma das principais ruas do bairro de Pinheiros, em direção à Avenida Paulista. Os manifestantes só conseguiram chegar até as proximidades de uma estação de metrô, onde uma barricada de policiais impediu que a passeata seguisse em direção à Avenida cartão postal da cidade.

A Polícia Militar argumentou, segundo a Globonews, que barrou a caminhada por determinação judicial. Na sexta-feira, a Justiça em São Paulo proibiu a realização de manifestações de grupos antagônicos no mesmo local. Por isso, os organizadores do ato em defesa da democracia, antirracismo e contra o governo Jair Bolsonaro transferiram para o Largo da Batata a manifestação que haviam convocado para este domingo. Apoiadores do presidente Bolsonaro convocaram um ato em defesa do governo para este domingo também, ao final da manhã, na Avenida Paulista.

O porta-voz da PM, tenente-coronel Emerson Massera, lamentou o tumulto ocorrido no início da noite em Pinheiros e fez questão de frisar que o grupo que entrou em confronto com a PM estava desassociado dos manifestantes que se reuniram na região do Largo da Batata no início da tarde deste domingo.

– É um pequeno grupo de pessoas infiltradas na manifestação. São vândalos, não manifestantes. Lamentamos e repudiamos esse tipo de atitude. Lamentamos porque a manifestação ocorreu de forma pacífica – destacou o porta-voz em entrevista à Globonews.

Segundo o tenente-coronel, os manifestantes agrediram alguns policiais, arremessando pedras e outros objetos. A PM utilizou bombas de efeito moral e outras técnicas para reestabelecer a ordem na região de Pinheiros. – A situação, aos poucos, vai se normalizando – disse Massera.

Os manifestantes entraram em confronto com a PM por volta das 18h30. A confusão começou quando algumas pessoas tentaram desviar da barreira policial para seguir para a Avenida Paulista. Os manifestantes alegaram que não havia razão para impedir a passeata uma vez que não havia mais ato favorável ao governo na tradicional avenida de São Paulo, ocorrido pela manhã.

Dispersos pelas bombas, alguns manifestantes atearam fogo em objetos em ruas próximas à estação de metrô. Caçambas de entulho foram reviradas na rua. Moradores do bairro de Pinheiros gritavam, de seus apartamentos, contra a reação da polícia e batiam panelas das janelas e varandas. Várias ruas do bairro seguem bloqueadas pelos policiais.

O Globo